sábado, 20 de junho de 2009

Dia D de combate a Poliomielite vai até as 17h

Por: Bruna Coimbra (coimbrinha.the@gmail.com)
Thays Teixeira (thayshsteixeirajornalista@gmail.com)
Fotos: Thays Teixeira


Durante todo este sábado(20), acontece em Teresina a primeira etapa da campanha de vacinação contra a Poliomielite, doença provocada por vírus que atinge principalmente as crianças.

Os pais que tiverem filhos de até cinco anos de idade devem levá-los aos postos de vacinação, localizados em Hospitais, creches, escolas e Universidades.

Segundo Valmira Carvalho, que fazia plantão no posto alternativo de vacinação na Universidade Estadual do Piaui - UESPI, "o Dia D é realizado duas vezes ao ano, geralmente em junho e outubro, mas a vacina continua disponível nos postos de saúde o ano inteiro".

A última campanha, realizada em 2008, atingiu 83% das crianças. Este ano a meta é alcançar 95% de crinças vacinadas.





Mas o que é Poliomielite?

A Poliomielite, geralmente chamada de pólio, é uma infecção altamente contagiosa causada pelo póliovirus. Em uma porcentagem pequena de pessoas infectadas, o vírus ataca as células nervosas no cérebro e na espinha dorsal, particularmente as células nervosas da espinha dorsal que controlam os músculos envolvidos nos movimentos voluntários como caminhar. A destruição destes neurônios causa paralisia permanente em um em cada 200 casos.


A infecção é transmitida por contato direto com partículas do vírus que são eliminadas pela garganta ou pelas fezes. A doença foi erradicada virtualmente no hemisfério ocidental depois da introdução da vacina com vírus inativo em 1955 e a vacina, por via oral, com vírus atenuado em 1961. Acredita-se que a pólio será erradicada mundialmente em breve. Campanhas de vacinação tiveram sucesso em reduzir o número de países onde a pólio é endêmica (onde acontece localmente). Em 1988, mais de 120 países tinham o póliovirus de forma endêmica. Em 1998, 50 países tinham a pólio endêmica, e em 2002, só seis países tiveram ainda infecção circulante localmente. Hoje, 90 por cento da pólio endêmica está inserida dentro da Índia, Nigéria e Paquistão. Porém, em países em desenvolvimento, alguns indivíduos permanecem ainda sem vacinação, e os serviços de saúde pública ineficientes e a higiene precária promovem a expansão do vírus. Pessoas que viajam a estas áreas do mundo têm que ter a imunização em dia.

Hoje a pólio só acontece em países desenvolvidos como uma complicação rara da imunização com a vacina de pólio com vírus vivo atenuado. A poliomielite paralítica causada pela vacina ficou mais rara recentemente porque países que erradicaram a pólio estão trocando a vacina da pólio atenuada para a forma inativa, que nunca causa a doença.




Quadro Clínico


Há duas formas mais comuns da pólio:

Poliomielite Abortiva: Esta é a forma que acontece principalmente em crianças jovens e é a mais comum das duas. A doença é moderada e o cérebro e a espinha dorsal não são afetados. Os sintomas aparecem de três a cinco dias após a exposição ao vírus e incluem febre leve, dor de cabeça, dor de garganta, vômitos, falta de apetite, e uma sensação geral de indisposição e desconforto (como uma gripe).
Poliomielite Paralítica: É a forma mais severa da doença que se desenvolve aproximadamente de sete a catorze dias depois da exposição ao vírus. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça severa, pescoço e duro, e dor muscular profunda. Algumas pessoas sofrem anormalidades temporárias da sensibilidade da pele. Espasmos musculares e uma tendência a reter urina são comuns. A fraqueza muscular e a paralisia podem se desenvolver rapidamente ou gradualmente durante os picos de febre, mas a paralisia não continua a piorar depois que a febre cede. A doença atinge geralmente os músculos das pernas, mas as áreas afetadas dependem de que altura da espinha dorsal ocorreu a infecção e pode incluir os braços, músculos abdominais, tórax, pescoço, e músculos da garganta. A insuficiência respiratória acontece se o vírus infetar os nervos da espinha dorsal que controlam os músculos respiratórios do tórax (parte mais alta da coluna) ou as partes do cérebro envolvidas na respiração.


Diagnóstico

O diagnóstico da pólio é baseado no exame neurológico. Seu médico pode suspeitar que você tenha pólio se você tiver febre com fraqueza ou paralisia das pernas que afetam principalmente um lado de seu corpo. Ele irá examinar seus reflexos musculares e procurará alguma área de fraqueza muscular, contrações musculares anormais, e diminuição do tônus muscular. Podem ser colhidas amostras de secreção da garganta ou das fezes para identificar o póliovirus em testes de laboratório. Também podem ser solicitados exames de sangue para identificar os anticorpos do vírus que são produzidos pelo sistema imune se você tiver a infecção.


Prevenção


Dependendo de onde vivem, as crianças devem ser imunizadas com uma ou ambas as formas de vacinação da pólio: a vacina Salk com póliovirus inativado que é administrada através de injeção ou a Sabin, vacina da pólio oral com vírus vivo atenuado, que é administrada através da boca. A Sabin provê a melhor proteção contra a pólio. Porém, em casos raros, pode causar a pólio paralítica. Por isto, alguns países onde agora a pólio não é mais endêmica usa-se só a vacina da pólio Salk, inativada, que é quase tão efetiva quanto a Sabin.


Tratamento

Não há nenhuma droga que mate o vírus uma vez a infecção tenha começado. O tratamento é dirigido aos sintomas da doença. Pessoas com a forma abortiva da doença são tratadas com repouso na cama e remédios para controlar a febre e as dores musculares.

A forma paralítica da doença pode requerer tratamento adicional, incluindo:

Fisioterapia - A fisioterapia previne o dano adicional aos músculos paralisados. O tratamento da paralisia depende de quais músculos foram afetados.
Medidas para prevenir infecções urinárias — Se os músculos da bexiga normalmente não se contraem, a bexiga pode não esvaziar completamente. Isto pode provocar infecções urinárias. O uso de sondas para esvaziar a bexiga pode ser necessário, e a longo prazo, os antibióticos podem ser recomendados em alguns casos.
Apoio Mecânico à Respiração — Algumas pessoas têm problemas em manter suas vias aéreas abertas para respirar depois de uma infecção de poliomielite, porque os músculos respiratórios estão fracos ou paralisados. Neste caso, um tubo (cânula) pode ser colocado na traquéia (a traquéia é o tubo que conecta a boca aos brônquios pulmonares). Este tubo é colocado por uma abertura no pescoço, chamada traqueostomia. O tubo de traqueostomia pode receber o ar de uma máquina chamada ventilador. Um cateter preso a um motor de vácuo (sucção) pode ser usado para remover o muco excessivo pelo tubo de traqueostomia. Pessoas que precisam de respiração artificial a longo prazo têm que viver em uma instituição (geralmente hospital) que é provida de pessoal de enfermagem e terapeutas que são qualificados no cuidado respiratório.


Qual médico procurar?

Procure imediatamente um neurologista em um serviço de emergência se houver qualquer sinal de fraqueza ou paralisia muscular, particularmente quando acompanhadas de febre. Dor de cabeça intensa com pescoço duro também requer atenção médica.


Prognóstico

Pessoas com a forma abortiva da poliomielite recuperam completamente, e a maioria das pessoas com a forma paralítica da doença que permaneceu paralisada, recuperam-se completamente. Menos que 25 por cento das pessoas com pólio se tornarão inválidos para o resto da vida.


Fonte: http://www.policlin.com.br/drpoli/084/

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